quinta-feira, 31 de março de 2011


AMIGOS, ISSO É DE SUMA IMPORTÂNCIA: As idéias racistas e homofóbicas do Deputado Jair Bolsonaronão são uma questão de opinião pessoal, elas são perigosas. 

250 pessoas foram assassinadas no Brasil ano passado por serem gays. Enquanto já existem leis para proteger outras formas de discriminação, pessoas GLBT não tem nenhuma proteção legal. 

Vamos erguer nossas vozes mais alto que o Bolsonaro e mostrar que os brasileiros apoiam a lei anti-homofobia que irá ampliar as proteções contra a violência e discriminação para todos os brasileiros!Assine a petição agora, ela será entregue em Brasilia em uma grande manifestação pela lei anti-homofobia!



TODOS NÓS JÁ PASSAMOS POR POUCAS GRAÇAS AO PRECONCEITO, NÃO PODEMOS DEIXAR PASSAR EM BRANCO!

NÓS DO RIO TEREMOS NOSSO ATO PÚBLICO, DIA 03/04 ÀS 12HS EM FRENTE AO MAM. EU ESTAREI LÁ!

1ª AULA DE TELECOM!

EM CARTAZ 1ª AULA DE TELECOM
ESTRELANDO: PROF. MARCO AVEDISIAN


domingo, 27 de março de 2011

ANIVERSÁRIO DO NOSSO PROFESSOR AVEDISIAN

SEXTA, DIA 25 DE ABRIL, COMEMORAMOS OS ... ANINHOS DO NOSSO PROFESSOR MARCO AVEDISIAM. A FESTINHA ESTAVA BACANINHA, COM UM BOLINHO MEGA GOSTOSO E UM EMPADÃO QUE ESTAVA DOS DEUSES! 


APESAR DAS TENTATIVAS INCANSÁVEIS DE SUBORNO... ELE NÃO DESISTIU, TEREMOS PROVA ESSA SEMANA, MAS TUDO BEM, NOS DIVERTIMOS MUITO E MAIS UMA VEZ A TURMA SE MOSTROU UNIDA E DEVERAS FESTEIRA!!!!!!





E A PRAGA DE GAFANHOTOS SE APROXIMA E TRÁS A DEVASTAÇÃO DA MESA!



TODOS JUNTOS, QUERENDO SAIR BEM NA FOTO COM O MARCO.... MAS ACHO QUE ELE ESTAVA INCOMODADO COM ALGUMA COISINHA.... HEHEHEHEHE





 AGORA SIM!





 LUIS HENRIQUE, O CDF DA TURMA!



NOOOOOSSA, NINGUÉM MERECE ESSA CARA! O POVO LA DE TRÁS FICOU BACANA!



A HORA DO PARABÉNS... DETALHE: ALGUNS ELEMENTOS JÁ HAVIAM PARTIDO 
O BOLO.... RSRSRSRSRS




CARA DE ARREPENDIDO... PENSANDO: "PUTZ, QUANTAS CALORIAS?"



TIRANDO NOSSA AMIGA DAMIANA QUE ESTAVA COM CARA DE POUCOS AMIGOS E O FATO DA PESSOA QUE BATEU A FOTO ESTAR COM BAIXO NÍVEL DE AÇÚCAR NO SANGUE, A GALERA TÁ BACANINHA!




MANTENHO A LEGENDA DA FOTO ANTERIOR... E ACRESCENTO:
 "Ô POVO BACANA"






 OS LADRÕES DE BOLO!






A CARA DO MOURA TÁ IMPAGÁVEL!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

PELA BUSCA DA IDENTIDADE

Hoje é praxe se ouvir falar em “inclusão social” acho louvável essa meta estabelecida pelas empresas e instituições sociais, na verdade considero uma vitória.  Mas o que hoje venho colocar para vocês é um tema que acho deveras delicado: “A perda da nossa identidade”.  Hoje não somos mais conhecidos pelo que somos e sim pela nossa deficiência, seja ela aparente ou não. 
Fico chocada quando vou a um Rh e ao invés do entrevistador se ater as informações de minha experiência profissional, ele se apega a minha deficiência e sou avaliada por ela, e não pela minha real habilidade.  Hoje o que define minha inclusão no mercado de trabalho é a necessidade de adaptação do ambiente de trabalho ou não.
Costumo dizer que amputei parte de minha perna e que meu cérebro está intacto.  Mas noto que não é o suficiente.  Por mais qualificada e disponível, uma escada sempre será um obstáculo para mim.
Não existe uma concorrência real, por qualificação, hoje esbarro numa sala de entrevistas e se vejo um amputado de membros superiores e observo a estrutura ao meu redor, já sei que por mais que meu perfil se encaixe na vaga, perderei pois a empresa não está disposta a adaptar suas instalações a um amputado de membros inferiores.  É lamentável mas real.
Na verdade, poderia falar por dias pelos problemas enfrentados pelos portadores de necessidades especiais, que começa nos acessos aos nossos lares, passa pelo desrespeito das empresas de transportes públicos chegando, finalmente, na recolocação do mercado de trabalho.
Se com minha pouca experiência de vida vocês me permitem uma dica é a seguinte: “não se deixem vencer pelas dificuldades dessa sociedade louca e ridícula que vivemos! Faça valer sua identidade”
Faça valer seu trabalho pelo que você é e pelo que você sabe, e não pela condição que você tem. Valorize-se, liberte-se dos grilhões dessa sociedade manipuladora e despreparada. 
Sou Valéria Fraga, esposa dedicada, mãe antiquada e profissional extremamente competente.




Texto: Valéria de Almeida Fraga

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

"PROBLEMAS NO INFERNO"

Certa vez, perguntei a um mestre indiano:
Por que existem pessoas que saem facilmente dos problemas mais complicados, enquanto outras sofrem por problemas muito pequenos e, assim, morrem afogadas num copo de água?
Ele simplesmente sorriu e me contou uma história:
Era uma vez um sujeito que viveu amorosamente toda a sua vida.
Quando morreu, todo mundo falou que ele iria para o céu, um homem tão bondoso quanto ele somente poderia ir para o Paraíso.
Ir para o céu não era tão importante para aquele homem, mas mesmo assim ele foi até lá.
Naquela época, o céu não havia ainda passado por um programa de qualidade total.
A recepção não funcionava muito bem.
A moça que o recebeu deu uma olhada rápida nas fichas em cima do balcão e, como não viu o nome dele na lista, orientou o homem para ir ao Inferno.
E no Inferno, você sabe como é. Ninguém exige crachá nem convite, qualquer um que chega é convidado a entrar.
O sujeito entrou lá e foi ficando.
Alguns dias depois, Lúcifer chegou furioso às portas do Paraíso para tomar satisfações com São Pedro:
- Você é um canalha. Nunca imaginei que fosse capaz de uma baixaria como essa. Isso que você está fazendo é puro terrorismo!
Sem saber o motivo de tanta raiva, São Pedro perguntou, surpreso, do que se tratava. Lúcifer, transtornado, desabafou:
- Você mandou aquele sujeito para o Inferno e ele está fazendo a maior bagunça lá. Ele chegou escutando as pessoas, olhando-as nos olhos, conversando com elas. Agora, está todo mundo dialogando, se abraçando, se beijando, acabaram os sorrisos cínicos, as pessoas diabólicas que usam a "sinceridade" como seu escudo da requinte da crueldade. Está uma verdadeiro caos. Deus me livre de lá!!!
- O inferno está insuportável, parece o Paraíso!
E fez um apelo:
- Pedro, por favor, pegue aquele sujeito e traga-o para cá!
Quando o mestre terminou de contar esta história olhou-me carinhosamente e disse:
- Viva com tanto amor no coração que se, por engano, você for parar no Inferno o próprio demônio lhe trará de volta ao Paraíso.
Problemas fazem parte da nossa vida, porém não deixe que eles o transformem numa pessoa amargurada, fria, debochada, indiferente, vazia.
As crises vão estar sempre se sucedendo e às vezes você não terá escolha.
Sua vida está sensacional e de repente você pode descobrir que sua mãe está doente; que a política econômica do governo mudou; e que infinitas possibilidades de encrencas aparecem.
As crises você não pode escolher, mas pode escolher a maneira como enfrentá-las.
E, no final, quando os problemas forem resolvidos, mais do que sentir orgulho por ter encontrado as soluções, você terá orgulho de si mesmo.
Relaxe! Você vai sair dessa!

domingo, 23 de janeiro de 2011

Fonte: BBC Brasil - 01/06/2010

Francês sem braços e pernas quer cruzar Canal da Mancha a nado

Um francês de 42 anos, que perdeu os braços e as pernas em um acidente em 1994, está se preparando para um desafio difícil até mesmo para as pessoas que têm todos os membros: a travessia do Canal da Mancha.
Para realizar a façanha, Philippe Croizon usará uma roupa especialmente desenhada para ele, com uma nadadeira especial e um snorkel adaptado.
Croizon vem treinando há dois anos, por até 30 horas por semana, para a travessia, que ele pretende realizar em setembro.
Ele espera concluir o trajeto de 35 quilômetros entre Folkestone, na Grã-Bretanha, a Cap-Gris-Nez, na França, em cerca de 24 horas.
O recorde para a travessia é de pouco menos de sete horas.
Choque
Croizon perdeu os braços e as pernas em 1994, ao levar um choque de 20 mil volts quando tentava consertar uma antena de TV que tocou uma linha de transmissão de energia.
A descarga elétrica provocou a amputação de suas pernas na altura do joelho e dos braços na altura do cotovelo.
Ele disse ter se inspirado a realizar a façanha logo após o acidente, há 16 anos, ainda em seu leito de hospital, quando assistiu a um documentário na TV sobre a travessia do Canal da Mancha.
“Este é um sonho e estou determinado a cumpri-lo”, afirma.
A travessia do canal não é a primeira experiência de Croizon com esportes radicais após o acidente. Há três anos, ele saltou de paraquedas.
“Faço isso por mim, mas também como um símbolo para todos os deficientes físicos, para mostrar que a vida não é só sofrimento”, afirmou.

Fonte: BBC Brasil - 26/07/2010

Menino que nasceu sem parte das pernas vira estrela jogando futebol

Um menino britânico de 12 anos vem se tornando uma sensação ao participar das equipes de futebol e críquete de sua escola, apesar de ter nascido sem parte das duas pernas.
Callum Truscott nasceu sem as duas pernas abaixo dos joelhos e aprendeu a andar usando próteses.
Apesar disso, ele superou as dificuldades e se tornou uma estrela das equipes de esporte da escola Brannel, na cidade de Saint Austell, na região da Cornualha (oeste da Grã-Bretanha).
Ele joga ao lado de outros atletas que não são portadores de deficiência. No início do mês, Callum marcou os pontos da vitória da equipe de críquete da escola na classificação para as finais da liga regional para menores de 13 anos.
Callum também treina com a equipe de rúgbi, mas é impedido de jogar porque suas próteses de metal são consideradas um risco para os demais atletas.
Recentemente ele também bateu vários de seus colegas em uma prova de natação de longa distância, completando a distância de 1.500 metros em 45 minutos.

Carreira
Eu acho que sou bom nos esportes. Acho que eu mereço meu lugar nos times da escola. Sempre me esforço ao máximo”, diz Callum.
Com o sucesso, o menino já planeja uma carreira ligada aos esportes. “Quero ser professor de educação física quando crescer”, afirma.
Seu professor de educação física, Milo Bright, diz que o menino nunca perde uma aula.
“O Callum nos ajuda porque quando outros no grupo chegam com um resfriado, ou uma dor na perna, são encorajados a participar da aula da educação física ao vê-lo”, afirma.
Segundo ele, apesar de sua deficiência Callum não tem moleza nas aulas. “Ele é tratado como qualquer outro aluno”, diz.
O diretor da escola, Ray Bell, diz que os feitos de Callum são “realmente extraordinários”.
“Os feitos de Callum mostram o quanto ele está determinado a se manter independente, o que é uma habilidade à qual todos nós almejamos”, diz Bell.
“Tenho muito orgulho dele e de nosso departamento de esportes, que o encorajou a participar das equipes. O trabalho duro dos dois lados está dando frutos”, afirma.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Não entre nessa de discriminar!

FONTE: quarta-feira, 7 de maio de 2008

PRECONCEITO COM OS DEFICIENTES

Deficiência

1.0 O que é deficiência
A Deficiência é o termo usado para definir a ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquicafisiológica ou anatômica. A expressão pessoa com deficiência pode ser aplicada referindo-se a qualquer pessoa que possua uma deficiência. Contudo, há que se observar que em contextos legais ela é utilizada de uma forma mais restrita e refere-se a pessoas que estão sob o amparo de uma determinada legislação.
O termo deficiente esta sendo usado para denominar pessoas com deficiência, mas tem sido considerado inadequado, pois o termo leva consigo uma carga negativa depreciativa da pessoa, fato que foi ao longo dos anos se tornando cada vez mais rejeitado pelos especialistas da área e em especial pelos próprios portadores. Atualmente a palavra é considerada como inapropriada, e que promove o preconceito em detrimento do respeito ao valor integral da pessoa.
1.1 Barreiras para a inclusão social
Atualmente a sociedade não està preperada para receber pessoas com dificuldades de locomoção e por isso elas enfrentam barreiras para utilizar os transportes públicos e para ter acesso a prédios públicos, inclusive escolas e hospitais.
Hoje em dia muitas pessoas nao tem tempo de ter um cuidado especifico com os portadores de deficiencia, e por isso elas acabam sendo fechadas do mundo.como sabemos isso está errado poque elas geralmente presisam ter um cuidado maior especializado seja para terapia, fisoterapia,estimulação motora e o mais importate lidar com sua deficiencia e desenvolver suas potencialidades.
1.2 A punição ao discriminador
Em um mundo cheio de incertezas, o homem está sempre em busca de sua identidade e almeja se integrar à sociedade na qual está inserido. Há, no entanto, muitas barreiras para aqueles que são portadores de deficiência, em relação a este processo de inclusão. Geralmente, as pessoas com deficiência ficam à margem do convívio com grupos sociais, sendo privados de uma convivência cidadã. No Brasil, a Lei Federal n° 7853, de 24 de outubro de 1989, assegura os direitos básicos dos portadores de deficiência. Em seu 8º artigo constitui como crime punível com reclusão (prisão) de 1 a 4 anos e multa, qu m:e
1.3 Legislação brasileira
1.Recusar, suspender, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, porque é portador de deficiência.
2.Impedir o acesso a qualquer cargo público porque é portador de deficiência.
3.Negar trabalho ou emprego, porque é portador de deficiência.
4.Recusar, retardar ou dificultar a internação hospitalar ou deixar de prestar assistência médico-hospitalar ou ambulatória, quando possível, a pessoa portadora de deficiência.
1.4 Direitos de pessoas portadoras de deficiência“As pessoas deficientes têm o direito inerente de respeito por sua dignidade humana. As pessoas deficientes, qualquer que seja a origem, natureza e gravidade de suas deficiências, têm os mesmos direitos fundamentais que seus concidadãos da mesma idade, o que implica, antes de tudo, o direito de desfrutar de uma vida decente, tão normal e plena quanto possível.” - (Resolução ONU N° 2.542/1975, item três).
1.5 Conseqüências para o discriminado
A pessoa com deficiência quando é discriminada ela se sente mal mas quando é discriminada por mais de uma vez ela tem vontade de se isolar da sociedade porque ela tem medo de ser humilhada na frente de todos, e então com isso essa pessoa tem de enfrentar por vários processos de terapia para aprender a lidar com isso porque é uma coisa que acontece muito atualmente em nosso país.

1.6 Tipos de deficiência
Deficiência Física é a alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplégica, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções.
Deficiência Auditiva é a perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando de graus e níveis na forma seguinte: de 25 a 40 decibéis (dB) - surdez leve; de 41 a 55 dB - surdez moderada; de 56 a 70 dB - surdez acentuada; de 71 a 90 dB - surdez severa; acima de 91 dB - surdez profunda; e anacusia.
Deficiência Visual é a acuidade visual igual ou menor que 20/200 no melhor olho, após a melhor correção, ou campo visual inferior a 20º (tabela de Snellen), ou ocorrência simultânea de ambas as situações.
Deficiência mental é quando o funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais, utilização da comunidade, saúde e segurança, habilidades acadêmicas, lazer e trabalho.
Deficiência múltipla é a associação de duas ou mais deficiências
http://discriminareproibido.blogspot.com 

Bruxelas tem festival de arte de deficientes | Publicada em 23/03/2007 - Márcia Bizzotto





BRUXELAS - Dezenas de artistas com deficiências físicas ou mentais estão reunidos na cidade de Liège, 
no leste da Bélgica, até o próximo dia 31, para o Festival Internacional de Artistas Deficientes.

“Não são espetáculos marginais. São espetáculos que merecem ser vistos. O profissionalismo desses artistas merece ser levado à luz, assim como acontece com os artistas ‘normais’”, garante Marie Colley, coordenadora artística do instituto belga Criatividade e Deficiência Mental (Creahm, na sigla em francês), organizador do evento.
A iniciativa tem como objetivo promover o uso da arte como ferramenta de inclusão social para os deficientes.
“As populações minoritárias e diferentes costumam permanecer trancadas em lugares muito fechados, muito especializados. Temos que combater essa pusilanimidade social, cada um de nós individualmente. Temos que promover a integração”, sentencia.
Colley quis incluir no programa todas as formas de expressão artística desenvolvidas pelos deficientes.
Além de espetáculos de teatro, dança e música, o programa inclui instalações artísticas, vídeos e debates sobre a arte como ferramenta de inclusão social.
O festival tem como destaque cinco companhias convidadas, vindas da Espanha, França, Holanda, Alemanha e Portugal.
O coreógrafo brasileiro Henrique Amoedo estará à frente da companhia portuguesa, Dançando com a Diferença, que mistura teatro e dança em obras que expõem sem pudor as deficiências de seus integrantes.
A idéia é que o festival se repita cada ano, como parte do calendário de atividades artísticas de Liège.
Leia outras notícias da BBC Brasil no site www.bbcbrasil.com
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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Capacitação em TI para portadores em deficiência chega no Brasil


Por enquanto chegou somente em São Paulo, mas é um bom começo: agora temos o primeiro Centro de Oportunidades Digitais Inclusivo no Brasil do programa Parcerias para Oportunidades de Emprego através da Tecnologia nas Américas (Poeta). Segundo o site ConvergênciaDigital, O programa é mantido pela Trust for the Americas, entidade cooperante da Organização dos Estados Americanos (OEA), e destina-se a prover capacitacao no uso das ferramentas da Tecnologia da Informação para pessoas com deficiência e demais membros da comunidade da região metropolitana de São Paulo.
Prevê-se atingir através desse programa de inclusão digital, 4.600 pessoas com deficiência nos próximos dois anos.
Informa o site ConvergênciaDigital que segundo a Microsoft divulgou nesta quarta-feira (29), os centros são equipados com computadores, acesso à internet e alguns elementos básicos das Tecnologias Adaptadas, como ferramentas que permitem às pessoas com deficiência interagir com as tecnologias da informação. Por meio do uso dessas tecnologias e o suporte de um grupo especializado de instrutores capacitados, os centros oferecem a essa população alvo a possibilidade de retornar ao mercado de trabalho. 
Com a onda de teletrabalho (trabalho à distância) no mundo todo tendo a TI como seu propulsor, abrem-se milhares de oportunidades a pessoas com deficiência as quais não seriam possíveis de outro modo dadas as dificuldades de infraestrutura no nosso país que favoreçam a locomoção de pessoas com certas deficiências.

A TI favorece a igualdade no trabalho ao oferecer inúmeras profissões com atuação de predominância intelectual, sem que necessariamente haja deslocamento até o escritório. Uma boa notícia para quem se enquadra nesse perfil e tem dificuldades de arcar com altos custos dos cursos e ausência de estruturas adaptadas às suas necessidades especiais.

Se você conhece alguém nessas condições, divulgue esta notícia. Já é uma contruição importante ao processo de inclusão digital, acredite.

Por: REDAÇÃO DO IDG NOW! - 22 de janeiro de 2010 - 17h27

MCT investirá em projetos de TI para portadores de deficiência

Verba no valor de R$ 10 milhões será destinada a projetos que melhorem a qualidade de vida e facilitem o diagnóstico de doenças. 

O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), por intermédio da Financiadora de Estudos e Projetos Finep, anunciou nesta sexta-feira (22/1) a oferta de recursos de 10 milhões de reais para projetos tecnológicos voltados a portadores de deficiência.

Segundo o edital, os recursos deverão ser aplicados no desenvolvimento de tecnologias que tragam "melhoria da qualidade de vida e da autonomia de pessoas com deficiência", e que facilitem o "diagnóstico precoce, tratamento, reabilitação e prevenção de deficiências física, auditiva, visual, intelectual e múltipla".

O executor do projeto deve ser uma instituição científica e tecnológica pública ou privada sem fins lucrativos, que pode ter outros parceiros e financiadores. O prazo de execução não pode superar 24 meses. As propostas devem ser enviadas até 19 de março

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

+ UMA POESIA DO PEDRO

“Era um dia como alguns outros para ser comemorado.
Fatos inesperados, entes queridos alterados,
lar e especiais deixados mas nunca abandonados.
Festa junina em maio, estranho, na companhia de uns aliados.
Chega na festa e sai, senta pois tá cansado. Tudo sem imaginar alguém bem mal intencionado.
Termos errados trocados, quase todos despreparados.
Do que estava para haver e um sairia machucado.
O homem entra em casa e volta armado, todo mundo sai voado
Só fica parado aquele que seria abençoado
Foi baleado, chutado. Pelos bombeiros resgatado
Um desses conversava para manter acordado
Chegado, o hospital adentrado, logo direcionado
Sala de cirurgia, aí que ia ficar brabo.
Crânio cerrado, médico acima e um ao lado
Falando, conversando e perguntando se eu tava “ligado”
Cem pontos sem anestesia, já nem importado
Vai pro CTI em coma e se vê o ‘parabéns’ cantado
Outro local foi internado, começa a ser tratado
Pensou que ia acabar o terror, não
Só tinha começado
Tanto ado, quase enrolado,
Falando demais
Só olho pro alto e digo obrigado
Pelos amigos especiais...”


(Pedro Paulo Lima Soler Pizziali)




"Aproveito a oportunidade para parabenizá-lo por ter conseguido expressar tamanha emoção em tão poucas palavras".
Leila Mohamad

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

FONTE: FANTÁSTICO - DOM, 02/01/2011

Deficiente física volta a andar com ajuda de 'armadura'

Amanda atua como espécie de piloto de testes de um exoesqueleto criado por engenheiros da Berkeley Bionics para as Forças Armadas Americanas. Com ele, soldados conseguem levantar objetos de 90 quilos.

Imagine o que é sofrer um acidente e passar 18 anos em uma cadeira de rodas, sem poder andar. E, de repente, essa pessoa sai andando. Não é milagre. É o progresso da medicina que fez Amanda Boxter caminhar. 

Foi um dia muito mais colorido do que qualquer um de nós poderia imaginar. Quando Amanda e o cachorro Tucker percorreram o último trecho de calçada no caminho até o laboratório foram atrás de uma expectativa que parecia perdida 18 anos atrás, desde que Amanda sofreu um acidente de esqui em uma montanha nevada. Ela sentiu uma corrente elétrica como um choque descendo pelo corpo e nunca mais mexeu nada da cintura para baixo. 

"Quando eu perdi os movimentos das pernas, um médico veio até meu quarto no hospital e disse que eu jamais voltaria a andar. Tirou toda a esperança que existia dentro de mim", conta Amanda Boxtel. 
As palavras do médico ainda latejavam na cabeça de Amanda naquela quinta-feira, até quando ela já estava ali, diante do equipamento que prometia o que talvez não fosse mais impossível, mas ainda era muito improvável. Como ela poderia andar, se quase a metade da vida foi na cadeira de rodas? 

Amanda confia muito nos engenheiros da Berkeley Bionics, porque acompanha a pesquisa desde os primeiros testes. Dentro do instituto, ela viu o exoesqueleto que eles fizeram para as Forças Armadas Americanas. Com ele, soldados conseguem levantar objetos de 90 quilos como se fossem plumas, e seres humanos correm por horas e horas, incansáveis, como se fossem robôs. 

Assim, a mulher que continuou atleta até mesmo depois da cadeira de rodas virou uma espécie de piloto de testes, sempre sob o olhar atento do cachorro. "Queremos que as pessoas se levantem e andem o mais rapidamente possível", disse Eythor Bender. 

Quando Amanda abandona a cadeira de rodas, começa a vestir uma tecnologia que, segundo os criadores, mistura robótica e inteligência artificial. Nas costas, está um computador de última geração, ligado a sensores que são colocados nos pés, nos joelhos e na cintura, para captar a intenção de Amanda. 

“A máquina não decide sozinha”, explica o engenheiro de computação John Fogelin. "Mas, uma vez que você sinaliza que está pronto para dar o passo, você tem um computador com inteligência artificial para completar aquele movimento". 

Os assistentes fazem os últimos ajustes e se certificam de que o equipamento está bem preso ao corpo da paciente. Depois de um clique no botão, chega o grande momento. 

Amanda surpreende e levanta de primeira. Em seguida, testa o equilíbrio do corpo em busca de firmeza e segurança. Ela precisa de muletas. Afinal, é preciso lembrar que ela não tem nenhuma força nas pernas. 

Assim que a mente de Amanda diz ao corpo que gostaria de andar, a região em volta da cintura, a última parte que ainda responde ao cérebro, transmite essa mesma ordem ao computador. Isso acontece porque os sensores traduzem os mínimos movimentos de Amanda, e a máquina diz ao robô pra andar na direção exata em que ela tentou se mexer. 

Enfim, depois de 18 anos de espera, qual é o sentimento de Amanda? "Você consegue imaginar: ficar paraplégico, sempre sonhar com isso e, de repente, não ter mais que sonhar? Essa é a minha realidade", destaca a americana. 

Amanda faz questão de ressaltar que está caminhando e ao mesmo tempo conversando com o repórter, sem se cansar. Ela também não sente o peso do equipamento, porque ele é feito para se sustentar por conta própria. São baterias potentes que, supostamente, aguentam um dia inteiro de caminhada. 

Ainda que pareça simples, do ponto de vista tecnológico, é algo complicadíssimo. "Quanto mais você estuda o ato de andar, mais você percebe como é um modelo mecânico complexo. É um ato contínuo de cair e retomar o equilíbrio, o que é muito complicado de reproduzir em um computador", ressalta o engenheiro John Fogelin. 

Mas, agora que robótica avançou muito, o software está perfeitamente afinado, e a máquina navega com perfeição. Amanda Boxter se aventura calmamente pelo laboratório. 

Na cadeira de rodas desde os 24 anos e agora, aos 43, depois de fazer o que nem o médico mais otimista poderia imaginar, ela fala outra vez em esperança. 

"Não existe mais razão para não sonhar. Isso está acontecendo neste momento. A percepção dos médicos sobre o futuro de paciente com paralisia mudou, seja por meio de tratamentos com células-tronco ou com a tecnologia robótica. Agora dá para dizer: 'você vai se levantar e caminhar'. E eu estou fazendo isso, desafiando todas as probabilidades", afirma Amanda. 

Por fim, Amanda faz questão de exibir a conquista ao companheiro Tucker. E o dia termina com um convite inesperado para ele: vamos caminhar?

FONTE: FANTÁSTICO - DOM, 02/01/2011

Boné inteligente ajuda cegos a desviar de obstáculos na rua

Outras invenções como celulares e dispositivos de som também conseguem melhorar a vida dos deficientes.

Um boné inteligente, capaz de detectar obstáculos no caminho. Esta segunda-feira (13) é o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual e o Fantástico mostra como ideias simples podem dar mais mobilidade aos cegos. 

“A maior dificuldade que um deficiente visual encontra quando está andando na rua são os orelhões”, afirma Markiano Charan Filho, cego de nascença. 

“Para mim, são as placas”, diz Suelen de Oliveira, cega há sete anos. 

“Postes e lixeiras”, diz Jorge Siemon, cego há sete anos. 
Pensando nisso, o engenheiro Gustavo Brancante, pós-graduado no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), criou um boné equipado com sensores que detectam obstáculos no caminho. 

A inspiração veio do filme "Matrix" e do sistema que os morcegos usam pra se orientar no escuro. 

O boné emite um sinal de ultrassom, com alcance de seis metros. As ondas batem no obstáculo e retornam. O boné, então, vibra de acordo com a proximidade do objeto. Se está longe, o estímulo é sentido na frente da cabeça. Se está mais perto, o sinal é na parte de trás. 

Quatro voluntários, todos cegos, topam testar a invenção, ainda em fase de ajustes. 

Veja no vídeo como eles se saíram no teste. 

Em Jaú, no interior de São Paulo, desde novembro, a frota de ônibus da cidade está equipada com um dispositivo que emite um aviso sonoro direcionado às pessoas com deficiência visual. A mensagem é ouvida em aparelhos. 

“A cidade de Jaú hoje é pioneira nessa acessibilidade para o deficiente visual”, diz Osvaldo Franceschi Jr., prefeito de Jaú. 

O ‘DPS 2000’ foi desenvolvido pela Universidade Federal de Minas Gerais. “Eu concretizei o ideal da minha vida, de dar condições ao portador de deficiência de pegar o seu ônibus, poder se locomover”, comemora Dácio Pedro Simões, autor do projeto. 

“Você se sente verdadeiramente reconhecido como um cidadão”, aprova Lethicia Romaqueli, cega desde sete dias de vida. 

Em Salvador, mais uma novidade. Um aparelho celular tem um aplicativo capaz de identificar notas de real. Basta fotografar a cédula e em alguns segundos o celular responde. Com isso, quem tem deficiência visual sabe que está pagando com a nota certa. O programa também identifica cores. 

“É uma mão na roda pra gente fazer as atividades do cotidiano de uma forma bem tranquila”, garante Jean Abreu, cego há dois anos.

FONTE: FANTÁSTICO - DOM, 02/01/2011

Paraplégico encara os desafios da falta de acessibilidade

Com a ajuda do rapper e cadeirante Billy Saga, o Fantástico mostrou as dificuldades de quem precisa usar uma cadeira de rodas em avião, ônibus e metrô.

Na semana que passou, um acidente no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, deixou em coma um cadeirante de 71 anos. A vítima continua internada, sem apresentar melhoras. 

Enquanto o acidente está sendo investigado, o Fantástico faz um teste em todo o Brasil: acompanhamos um jovem paraplégico em viagens de avião, ônibus e metrô. E constatamos: em geral, o transporte público maltrata o cadeirante. 

Olhando de longe é um veículo um pouco estranho. Em todo o Brasil, só tem uns dez. É para ser um lugar seguro para transportar pessoas em cadeiras de rodas.

Em um parecido no Aeroporto de Congonhas, um acidente deixou um senhor de 71 anos em coma. O que era para ser um desembarque rotineiro de um voo da Gol, virou uma tragédia. 

O passageiro, na cadeira, a mulher dele e a funcionária da companhia, que estava de pé, por causa de uma freada súbita do motorista se estatelaram. A filha dele conta como foi: 

“No que a cadeira virou, meu pai foi lançado pra fora da cadeira. A moça voou junto com ele, e ele caiu e bateu com a cabeça no chão e na paredinha do carrinho, na divisória com o motorista”, conta Moira Vasconcellos, filha da vítima. 

A coisa deveria funcionar assim: a Infraero tem 121 ônibus espalhados pelos aeroportos do país. Neles, além dos lugares normais, existe um especial para levar passageiros que necessitam utilizar uma cadeira de rodas. 

Cinto de segurança, tudo certinho, mas quando chega na pista, para driblar a escada, se utiliza o chamado ambulift, um veículo que tem um elevador que permite ao cadeirante ser levado até a porta do avião. 

No do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, tem uma espécie de baia, além do fundamental cinto de segurança. No caso do Aeroporto de Congonhas, a vítima não estava presa ao cinto. E a filha afirma que o ambulift de lá é bem pior. 

“Esse que te mostraram é infinitamente mais, eu acho que não posso nem falar que é mais chique, eu acho que tem o mínimo, o outro não. Era uma coisa velha, horrível, parecia que estava encostada já, que não tem manutenção”, conta Moira. 

A Infraero, que aluga o veículo para as companhias aéreas, abriu uma sindicância. 

“A Infraero faz o transporte, mas acompanhado da companhia aérea. Ela tem todo o treinamento, quando ela posiciona a cadeira de rodas, ela sabe exatamente o que tem que fazer. Isso não exime que nós também façamos, mas essa responsabilidade é da companhia aérea”, afirma João Márcio Jordão, diretor de Operações da Infraero. 

A Gol afirma que a responsabilidade pelo transporte do passageiro é da companhia, mas alega que não opera o ambulift e que a funcionária estava apenas acompanhando o passageiro que se acidentou. 

Mas será que o símbolo do cadeirante, de fato, reflete um Brasil preparado para atender a quem precisa de usar uma cadeira de rodas? O Fantástico foi investigar. 

Deu uma voltinha: Congonhas para Curitiba. De lá para Foz de Iguaçu. De Foz para o Rio de Janeiro. Do Rio para Campinas. Tudo de avião. 

Depois, Campinas para São Paulo de ônibus. E por último uma viagem de metrô na capital paulista. Preparados? De cadeira de rodas é bem diferente. 

Acompanhamos o rapper Billy Saga, paraplégico, um cadeirante jovem que tem força nos braços. E isso ajuda muito. Já de cara é cada pergunta... 

“O senhor não sobe escadas?”, pergunta a funcionária. 
“Não”, responde. 

Billy quer saber se tem o equipamento que ele conhece bem. 

- Quantos ambulift têm? 
- Aqui a TAM pra gente tem dois. 

A TAM informa que tem cinco ambulifts no Brasil e usa outros, da Infraero, quando necessário. Ainda, segundo a TAM, todos os funcionários são treinados para atender crianças, idosos e pessoas com deficiência. 

Billy vai de ônibus até o avião sem problema. A questão é subir, porque nesse dia nenhum ambulift está disponível. Vai ter que ser na mão. 

“A pessoa com deficiência vive no improviso, vive carregado, vive no jeitinho”, lamenta Billy. 

Enquanto Billy subia, no saguão do aeroporto encontramos a recém-eleita deputada federal Mara Gabrilli. O caso dela é mais grave. Ela precisa da ajuda de uma pessoa o tempo todo para tudo. 

Para quem é tetraplégica como ela, ser carregada como Billy, cadeira e tudo, não funciona. 

“Eu tenho medo dela, porque eu não mexo os braços, eu não tenho como eu me apoiar, então eu prefiro descer no colo, que também é perigoso” conta a deputada. 

Agora Billy chega a Curitiba. O serviço parece mais exclusivo: de van até o terminal. Mas, onde sobra boa vontade, falta bom senso. Dentro da van, não tem cinto de segurança pro cadeirante. 

Ainda em curitiba, Billy testa um ponto de ônibus. Aprovado. É tudo adaptado para o cadeirante. 

“É bem melhor do que um ônibus que não tenha o piso nivelado. É legal. Curitiba, assim que é”, comemora Billy. 

Agora, de volta ao aeroporto, o embarque é pra Foz do Iguaçu. O ideal para o cadeirante é o chamado finger, um corredor que leva diretamente do terminal para o avião. Para baixo, todo santo ajuda. No avião, ficar apertado é pior para um cadeirante. 

Billy - Eu preciso ir ao banheiro. Como é que eu faço? 
Comissária - Você vai precisar de auxílio, de alguma ajuda. 
Billy - Sim. Eu queria saber como é que funciona. Ver se tem um carrinho, uma coisa pra me levar.
Comissária - Tem uma cadeira de rodas. 

Tem, mas não adianta. A cadeira nem passa pela porta. A comissária dá uma alternativa: 

“O que eu posso fazer é você se sentar na cadeira, eu te trago um recipiente, você senta perto do toalete. O senhor não vai ficar exposto ao público. Vai ficar com a cortina fechada”. 

Billy prefere esperar o desembarque. Até porque ele vive exposto: sempre o último da fila, carregado por desconhecidos, o cadeirante tem que se acostumar a essa falta de privacidade. 

Ele viaja de Foz para o Rio, e do Rio para Campinas. Lá encontra um equipamento diferente na hora de descer. Mas, no asfalto, a coisa fica pior. Aí mesmo que o símbolo do deficiente não vale nada. Está no parabrisa e não sai daí. 

“A plaquinha significa acessibilidade, se ela tem um lugar de acesso pra todos. Só que não é acesso pra todos”. 

Por fim, ele vai pra casa de metrô. Tem que empinar a cadeira pra entrar no vagão. E, lá dentro, Billy tem a esperança de que um decreto presidencial de 2004 dê certo. 

Segundo o decreto as empresas de ônibus e as companhias de trem e metrô têm até 2014 para estar totalmente acessíveis a cadeirantes. 

“Todos infelizmente estão passíveis de um dia estar numa cadeira de rodas. Seja por acidente, seja por uma doença ou seja pela própria passagem do tempo e se tornar idoso e ter a mobilidade reduzida. Então parece que as pessoas continuam com aquela cultura de comigo isso nunca vai acontecer. Você construir um avião que seja acessível, um espaço que seja acessível, isso é mais fácil, mas são as pessoas que gerem esses recursos, e se elas não direcionarem para isso, nunca vai resolver”, lamenta Billy. 

FONTE: FANTÁSTICO - DOM, 02/01/2011

Especialistas falam sobre a sexualidade de deficientes

A sexualidade de Luciana, personagem da novela ‘Viver a Vida’ provoca a discussão do assunto que as pessoas normalmente tem muita curiosidade e muito desconhecimento.

Uma das cenas mais esperadas da novela ‘Viver a vida’ aconteceu esta semana: a primeira noite de amor entre Miguel e Luciana, personagem tetraplégica vivida por Alinne Morais. A cena chamou a atenção para um assunto delicado: a vida sexual de pessoas especiais. 

A sexualidade de Luciana, personagem da novela provoca a discussão de um assunto que as pessoas normalmente tem muita curiosidade e muito desconhecimento. Afinal, um cadeirante com lesão medular, tem vida sexual? Faz sexo? 

“Faz. Ele às vezes tem sensibilidade. Pode chegar ao orgasmo, mas não necessariamente pelo ato sexual em si, pela penetração. O que ocorre é que esse indivíduo vai desenvolver outras áreas erógenas de estimulação”, explica a médica especialista em reabilitação da Unifesp, Rosane Chamlian. 

“Eu tenho sensibilidade em uma região que eu descobri com ele que não tem nada a ver, que não é de nenhuma mulher. Na minha cintura, onde é a transição da minha sensibilidade. Eu adoro quando a gente está em uma relação sexual, ele está segurando aqui, fazendo um carinho”, contou a consultora em inclusão de deficientes, Carolina Ignarra. 

“Vai ter o mesmo prazer do que um ato sexual ? Não, vai ter mais prazer, porque você descobriu uma coisa que ninguém descobriu naquela pessoa”, afirma o psicólogo e sexólogo Fabiano Puhlmann. 

Carolina tem 31 anos, ficou paraplégica aos 22 em um acidente de moto. Luiz era amigo dela na época, e acabou se apaixonando. Hoje , eles têm uma filha de 5 anos. 

Fabiano vive na cadeira de rodas desde um acidente na piscina, aos 17 anos. Hoje ele tem 44. É psicólogo, e escreveu o livro: “A revolução sexual sobre rodas”. 

“Eu acho que o maior preconceito está na cabeça do próprio deficiente. Ele tem que se libertar dos preconceitos , principalmente se ele ficou deficiente”, alerta Fabiano. 

“Em um lesado medular, ele consegue ereção em 80% dos casos, só que manter a ereção é um pouco mais difícil. É exatamente isso que a gente precisa orientá-los. Na adoção de posturas especiais, de dispositivos especiais, que existem medicamentos. Tanto para o homem quanto para a mulher existem técnicas medicamentosas e por mecanismos, aparelhos externos”, orienta Rosane Chamlian. 

Luciana estava também envergonhada: “Essa questão por exemplo de fazer xixi. Você sabe, eu tenho que fazer cateterismo toda hora. Vou chegar para meu namorado e dizer: espera só um pouquinho que eu vou fazer um cat e já volto”. 

“Eu vou te dizer, amiga. Nessa cidade o mais difícil é encontrar um motel adaptado. Pessoalmente não conheço nenhum. Se você se deparar com algum por aí, me avisa, hein?” 

Vamos conhecer um motel adaptado para cadeirantes. “É fundamental esse espaço debaixo da pia para não trancar a cadeira. A banheira está show, a altura regula com a cadeira, tem essas barras de apoio”, diz a escritora Juliana Carvalho. 

No chuveiro, além das barras um lugar para sentar. “Mas eu estou achando que isso aqui está dando para fazer um algo mais né?”, brinca. 

Juliana tinha 19 anos quando ficou paraplégica, por causa de uma inflamação na medula: “Eu levei muito tempo para me readaptar a essa nova realidade. Fui ter a minha primeira relação sexual na cadeira de rodas depois de 5 anos”, lembra. 

Hoje, aos 28 anos, a gaúcha está lançando um livro para ajudar jovens cadeirantes a redescobrir sua sexualidade: “Tem muita mulher que anda, que tem sensibilidade e que nunca vai saber o que é um orgasmo. Eu tive a oportunidade de saber o que é um orgasmo antes e como é depois. Olha só que engraçado: um dos orgasmos mais memoráveis da minha vida foi depois da lesão”. 

“Eu também não tenho a perna mais gostosa do mundo, nem o bumbum mais gostoso do mundo mas eu acho que eu sou gostosa. Para o meu marido eu sou gostosa. Ele me deseja”, conta Carolina.