segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

PELA BUSCA DA IDENTIDADE

Hoje é praxe se ouvir falar em “inclusão social” acho louvável essa meta estabelecida pelas empresas e instituições sociais, na verdade considero uma vitória.  Mas o que hoje venho colocar para vocês é um tema que acho deveras delicado: “A perda da nossa identidade”.  Hoje não somos mais conhecidos pelo que somos e sim pela nossa deficiência, seja ela aparente ou não. 
Fico chocada quando vou a um Rh e ao invés do entrevistador se ater as informações de minha experiência profissional, ele se apega a minha deficiência e sou avaliada por ela, e não pela minha real habilidade.  Hoje o que define minha inclusão no mercado de trabalho é a necessidade de adaptação do ambiente de trabalho ou não.
Costumo dizer que amputei parte de minha perna e que meu cérebro está intacto.  Mas noto que não é o suficiente.  Por mais qualificada e disponível, uma escada sempre será um obstáculo para mim.
Não existe uma concorrência real, por qualificação, hoje esbarro numa sala de entrevistas e se vejo um amputado de membros superiores e observo a estrutura ao meu redor, já sei que por mais que meu perfil se encaixe na vaga, perderei pois a empresa não está disposta a adaptar suas instalações a um amputado de membros inferiores.  É lamentável mas real.
Na verdade, poderia falar por dias pelos problemas enfrentados pelos portadores de necessidades especiais, que começa nos acessos aos nossos lares, passa pelo desrespeito das empresas de transportes públicos chegando, finalmente, na recolocação do mercado de trabalho.
Se com minha pouca experiência de vida vocês me permitem uma dica é a seguinte: “não se deixem vencer pelas dificuldades dessa sociedade louca e ridícula que vivemos! Faça valer sua identidade”
Faça valer seu trabalho pelo que você é e pelo que você sabe, e não pela condição que você tem. Valorize-se, liberte-se dos grilhões dessa sociedade manipuladora e despreparada. 
Sou Valéria Fraga, esposa dedicada, mãe antiquada e profissional extremamente competente.




Texto: Valéria de Almeida Fraga

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

"PROBLEMAS NO INFERNO"

Certa vez, perguntei a um mestre indiano:
Por que existem pessoas que saem facilmente dos problemas mais complicados, enquanto outras sofrem por problemas muito pequenos e, assim, morrem afogadas num copo de água?
Ele simplesmente sorriu e me contou uma história:
Era uma vez um sujeito que viveu amorosamente toda a sua vida.
Quando morreu, todo mundo falou que ele iria para o céu, um homem tão bondoso quanto ele somente poderia ir para o Paraíso.
Ir para o céu não era tão importante para aquele homem, mas mesmo assim ele foi até lá.
Naquela época, o céu não havia ainda passado por um programa de qualidade total.
A recepção não funcionava muito bem.
A moça que o recebeu deu uma olhada rápida nas fichas em cima do balcão e, como não viu o nome dele na lista, orientou o homem para ir ao Inferno.
E no Inferno, você sabe como é. Ninguém exige crachá nem convite, qualquer um que chega é convidado a entrar.
O sujeito entrou lá e foi ficando.
Alguns dias depois, Lúcifer chegou furioso às portas do Paraíso para tomar satisfações com São Pedro:
- Você é um canalha. Nunca imaginei que fosse capaz de uma baixaria como essa. Isso que você está fazendo é puro terrorismo!
Sem saber o motivo de tanta raiva, São Pedro perguntou, surpreso, do que se tratava. Lúcifer, transtornado, desabafou:
- Você mandou aquele sujeito para o Inferno e ele está fazendo a maior bagunça lá. Ele chegou escutando as pessoas, olhando-as nos olhos, conversando com elas. Agora, está todo mundo dialogando, se abraçando, se beijando, acabaram os sorrisos cínicos, as pessoas diabólicas que usam a "sinceridade" como seu escudo da requinte da crueldade. Está uma verdadeiro caos. Deus me livre de lá!!!
- O inferno está insuportável, parece o Paraíso!
E fez um apelo:
- Pedro, por favor, pegue aquele sujeito e traga-o para cá!
Quando o mestre terminou de contar esta história olhou-me carinhosamente e disse:
- Viva com tanto amor no coração que se, por engano, você for parar no Inferno o próprio demônio lhe trará de volta ao Paraíso.
Problemas fazem parte da nossa vida, porém não deixe que eles o transformem numa pessoa amargurada, fria, debochada, indiferente, vazia.
As crises vão estar sempre se sucedendo e às vezes você não terá escolha.
Sua vida está sensacional e de repente você pode descobrir que sua mãe está doente; que a política econômica do governo mudou; e que infinitas possibilidades de encrencas aparecem.
As crises você não pode escolher, mas pode escolher a maneira como enfrentá-las.
E, no final, quando os problemas forem resolvidos, mais do que sentir orgulho por ter encontrado as soluções, você terá orgulho de si mesmo.
Relaxe! Você vai sair dessa!